domingo, 13 de maio de 2012

“Opções de Acessibilidade” ao pé da letra

Eu sou um defensor da inclusão digital. Concordo com a intenção maravilhosa dos governantes de disponibilizarem banda larga de baixo custo, oferecer laboratórios de informática decentes e bem equipados em escolas públicas, oferecer aulas de informática, programas de “Um computador na casa de cada brasileiro”, etc. Mas, apesar de tudo isso, tenho um tremendo pé atrás com o modo como essa “inclusão” é oferecida. Computadores, smartphones, tablets e bugigangas do gênero tem um poder gigantesco para servirem de excelentes ferramentas de ensino e fontes inesgotáveis de cultura. Mas não adianta largar computador com banda larga pra geral se a geral não aprender a usar e não for bem instruída. Entregar uma ferramenta poderosíssima em mãos despreparadas só pode dar coisa ruim (vide o caso do Padre Baloeiro, merecedor até de Darwin Awards), a consequência é uma legião de “facebookers” e vítimas em potencial de phishing, vírus e toda a variedade de ameaças virtuais.

Mas tem gente que sabe usar essas ferramentas, e, melhor ainda, sabe ensinar outras pessoas a usá-las. Um caso interessante de bom emprego da tecnologia e de inclusão digital de verdade é o do carro autônomo da Google. Em 2010 a empresa anunciou que estava trabalhando na tecnologia, que permite ao carro se pilotar sem a interferência direta de um humano. Na sequência, no estado de Nevada, EUA, foi dada permissão para o protótipo rodar nas ruas, ainda com algumas condições, como sempre ter duas pessoas, uma para corrigir possíveis “enganos” e tomar a direção e outra para monitorar a rota, através de um computador conectado ao veículo.

O vídeo abaixo mostra essa tecnologia em uso. Um Toyota Prius equipado com GPS, sensores, lasers e uma série de outras parafernálias, é pilotado guiado dirigido conduzido por Steve Mahan, um morador de Nevada que perdeu 95% da visão. Causa, num primeiro momento, uma impressão de “é pegadinha” (me lembrou aquela do esqueleto de moto), mas logo dá a sensação de que a humanidade ainda pode se salvar, caso saibamos usar nosso intelecto para melhorar as vidas de quem realmente precisa.

Dica do Yeltsin, lá do Meio Bit e informações adicionais da Associated Press.

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